terça-feira, 29 de março de 2011

Lance transforma volante em atacante

O primeiro exemplo deste blog vem do lancenet. Em reportagem publicada no sábado, 26, às 21h30, a posição do jogador do Palmeiras, João Vitor, foi trocada. Ao invés de atacante, como citou a reportagem, Jão Vitor é volante. Erro simples que poderia ser evitado se o autor do texto tivesse um pouco mais de tempo para escrevê-lo. Ao menos, é de se imaginar que o jornalista sabe qual a posição correta do atleta, afinal ele faz parte de um dos principais veículos esportivos do país.
Passados três dias desde a publicação, o erro ainda não foi corrigido. Para quem se interessar, segue o link: http://www.lancenet.com.br/palmeiras/Lincoln-Palmeiras-busca-vitoria_0_451155048.html

Menos tempo, mais erros

Tão veloz quanto um chute do lateral-esquerdo Roberto Carlos (hoje no Anzhi, da Rússia), o webjornalismo é, segundo teóricos, ao lado do rádio, a mídia que consegue divulgar informações em menor tempo. Diferente de jornais impressos – que trabalham com periodicidade definida – e da televisão – que exige um grande emaranhado de combinações técnicas e práticas para ir ao ar - o conteúdo da internet pode ser publicado a qualquer hora do dia, pois há, aqui, um processo de atualização contínua. Tão logo ocorra um fato, basta que o repórter tenha em mãos um computador com conexão à internet e o texto pronto para transformar isso em notícia. Limitando-nos ao futebol – tema que norteará as discussões deste blog – temos dois exemplos extremamente eficazes. Primeiro: vários sites transmitem as partidas de futebol, em tempo real, postando apenas comentários sobre os principais lances, como é o caso da globo.com e lancenet. Segundo: mal termina um jogo e basta o internauta acessar alguma página para encontrar reportagens sobre a partida, entrevistas de jogadores, declarações de técnicos, colocação na tabela...
No entanto, o webjornalismo apresenta aspectos exclusivos em relação às demais mídias. Um deles – e que será tratado aqui – é que a velocidade da produção da notícia interfere na precisão e verossimilidade de informações apresentadas. Embora a plataforma seja outra, o  jornalismo continua a ser jornalismo. Quer dizer: os princípios e bases de como se faz o bom jornalismo permanecem, mas a forma/modo como ele é feito sofre alterações. Senão a principal, a velocidade da produção de conteúdo na web é uma das características mais marcantes do jornalismo on line. Apresentados estes itens, logo, conclui-se que: o tempo de apuração da informação e elaboração da notícia no webjornalismo são menores, contribuindo para que erros ocorram com maior frequência.   Em trocadilho, como diz o ditado: “A pressa é inimiga da perfeição”. Não que erros não ocorram em jornais impressos, TVs e rádios, mas a tênue linha que separa o fato, a produção do texto e sua publicação na internet dá espaço para que pequenos detalhes passem despercebidos. São erros gramaticais e de concordância, troca de nomes e números, informações desencontradas... Pormenores que facilmente seriam identificados se o tempo de maturação do conteúdo fosse maior.
Como já foi dito, a essência do bom jornalismo é a mesma em qualquer mídia. Não há, aqui, uma crítica ao modo como tem sido feito o webjornalismo – sem generalizações. Apenas uma constatação de que ele ainda se acomoda e tenta se ajeitar ao novo formato. Quem mais perde são os leitores, já que a velocidade com que é produzido o faz perder em qualidade.
Aqui serão expostos exemplos que sintetizarão a proposta deste blog: mostrar que a luta contra o relógio é nociva à qualidade do webjornalismo (neste caso, esportivo). Seja bem-vindo!